sexta-feira, 26 de junho de 2009

A indignação que ainda cabe...

Algumas coisas acontecem no meio político de Jacobina que são de estarrecer. A mudança de opinião de algumas lideranças políticas e pessoas das chamadas famílias tradicionais, a depender de para onde o vento da vantagem pessoal sopra, é algo notado por todos, comentado por todas as esquinas, mas muito pouco comentado pelos meios de comunicação. Alguns “esquerdistas”, mesmo que nunca tenham tido qualquer envolvimento com movimentos sociais, viram-se em defesa do grupo “carlista” da cidade, a depender das vantagens que possam angariar para seus negócios em favor de empregos para familiares. O grupo “carlista”, volúvel por tradição, veste qualquer camisa, a qualquer tempo, em troca de vantagem pessoal, preferencialmente financeira.
Se fôssemos citar nomes, causaríamos constrangimentos desnecessários, pois o objetivo não é apontar os negociantes da política local, que oferecem mais uma suposta honra familiar, em troca de vantagens financeiras, do que votos, os quais não têm.
O Ministério público, ao que parece, orientou a Prefeitura Municipal de Jacobina a exonerar membros de famílias que estavam quase inteiras assentadas em cargos de confiança, ao que parece, não por qualificação, mas pela velha prática coronelista de acolher os vassalos. Novamente, o silêncio dos meios de comunicação locais sobre o fato é estranho.
Mas, a maior das esquisitices que aconteceram na história da política jacobinense foi a nomeação de Leopoldo Morais Passos como secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, fato ocorrido no dia 19 de junho passado. Já se nota e comenta aos quatro cantos que ele é o prefeito de fato, quem dá ordens à gestora, sua esposa, e dita ordens a funcionários públicos de carreira, como um “voluntário”. Mas, assumir uma secretaria municipal tendo sido punido pela Justiça por Improbidade Administrativa, tendo seus direitos políticos cassados por cinco anos e impedido de participar do último pleito eleitoral é uma afronta a cidadania do jacobinense.
Pior, esse fato não ser alvo de todos os meios de comunicação, como se fosse a coisa mais normal do mundo alguém condenado pela justiça como ímprobo, impedido de se candidatar, assumir pasta que lida com a economia do município. Será que precisa alguém dizer que o rei está nu? Será que a comunidade local se entregou a prática das chamadas famílias de tradição “viracasaca por uma boquinha”? Não acreditamos, pois não existe vaga para tanta gente e a maioria da população tem mais vergonha do que os poucos aproveitadores tradicionais. Alguma outra coisa está acontecendo...
Será que de tanto escândalo o povo está cansado de pedir providência? Será que de tantos descalabros a imprensa acha que falta de vergonha política não dá mais audiência?
Imaginem: contratar alguém condenado por tráfico de drogas para cuidar de dependentes químicos; convocar alguém que espanca a esposa para dirigir uma delegacia de proteção à mulher; ou nomear alguém condenado por roubo para tomar conta da economia.
Acorda, povo de Jacobina! Desperta, imprensa! Socorro, Ministério Público! Ainda cabem vergonha e indignação, mesmo diante de tanto descalabro e da cegueira dos cegos de conveniência.

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