segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em defesa do mal ( ou Enquanto a reforma não vem...)

Em artigo publicado no jornal Tribuna Regional, edição 217, de 23 de maio de 2009, o dirigente sindical e comentarista político Carlos Alberto escreveu a favor da infidelidade partidária e de outras práticas pouco éticas, como ele diz, enquanto a reforma não vem. Na opinião de Carlos Alberto, “enquanto a reforma não vem, continuemos com o oportunismo, com as conveniências, com o fisiologismo e com a troca de barganhas pelos partidos que, infelizmente, prejudica o país”.
Nós do PV de Jacobina respeitamos a opção do colunista e defendemos seu direito em difundir estas e quaisquer outras práticas, mas não concordamos com as mesmas, não por hipocrisia, mas por coerência e respeito a lei.
Se outros partidos se beneficiam das práticas citadas acima, além de outras como a compra de consciências, de votos, aluguel de candidaturas de candidatos “autônomos”, é uma opção deles, ilícita e amoral, não nossa. Se isto prejudica o país, não compreendemos como se deve apoiar tal postura e até estimulá-la, mesmo que seja “enquanto a reforma não vem”, como escreve Carlos Alberto.
No caso em que o nobre colunista se baseia para fundamentar sua opção de prática política, a infidelidade partidária de um vereador eleito pelo PV e que está afinado com práticas políticas do DEM desde a eleição, talvez não esteja completamente informado sobre a questão particular e esteja fazendo um julgamento apenas da prática política, que defende, mas sem conhecer o caso específico. Mesmo que conhecesse, já tem sua opinião formada sobre infidelidade partidária e sobre “oportunismo, com as conveniências, com o fisiologismo e com a troca de barganhas pelos partidos que, infelizmente, prejudica o país”, que defende, diferente de nós, e da constituição federal, que a condenamos por princípio.
Apenas a título de esclarecimento, sobre o caso que está sendo apurado pela Comissão Municipal do PV, o então candidato Noelson, quando se teve a notícia de seu vínculo com a candidata do DEM, foi chamado pela direção do partido para prestar esclarecimento sobre o assunto, quando negou a informação. Se não iria apoiar Rui Macedo para Prefeito, de acordo com a orientação partidária, teria todo o direito de sair do PV e se vincular ao DEM.
Depois, em nova reunião com a Diretoria e filiados do PV, o partido perguntou se ele gostaria de se candidatar a presidente da Câmara, já que o partido elegeu dois vereadores, o que ele não quis e aceitou apoiar a candidatura de Milton Sena, diante de vários companheiros, dois dias antes do dia 1º de janeiro de 2009. Ele poderia ter dito que iria se abster, que não iria votar no companheiro de partido por este ou aquele motivo. Mas não, ele confirmou, diante de todos, que votaria em Milton e que era homem de palavra.
O que aconteceu no dia primeiro? Além de votar num candidato da base de apoio da situação, leia-se DEM, ficou trancafiado numa sala, cercado por advogados, sendo privado de conversar com os correligionários que lhes deram o coeficiente eleitoral para que ele fosse eleito, depois, sentou-se vergonhosamente na bancada de situação apoiando um candidato do DEM.
Para quem acredita que oportunismo, conveniências, fisiologismo e troca de barganhas são coisas que devam continuar, e que infidelidade partidária, compra de votos e corrupção são práticas aceitáveis, lamentamos muito, mas respeitamos o direito de todos emitirem suas opiniões, porém o PV de Jacobina não aceita de forma alguma estas práticas, mesmo que continuemos um partido pequeno e fora dos “padrões éticos” da maioria dos outros partidos, conforme narra o colunista.
Agora, tomando como base o que fazem alguns políticos, imagine o nobre sindicalista se os amigos da imprensa resolvessem seguir os mesmos princípios, aceitando barganhas, sendo fisiologistas, aceitando negociatas dos políticos inescrupulosos, apenas para terem benefício pessoal? Deve ter algum que o faça, mas por conta disto quem não o fizer será taxado de hipócrita?

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