sábado, 4 de julho de 2009

Presente de Grego

Nosso artigo sobre a nomeação do ex-gestor Leopoldo Passos, que foi condenado por improbidade administrativa e perdeu seus direitos políticos, para ser Secretário Municipal do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, causou grande repercussão na cidade. O radialista Maurício Dias teceu comentários inteligentes sobre a questão e muitas pessoas procuraram membros do PV para dizerem que também estavam indignados.
Ocorre que na sexta-feira, dia 3 de julho, a prefeita municipal, Valdice Castro, esposa do ímprobo ex-gestor, foi a Rádio Jacobina Fm conceder uma entrevista e, entre outras coisas, sempre num tom agressivo, respondeu ao ouvinte Ademir Barbosa, de Lages do Batata, devolvendo a resposta feita por ele: “A senhora acha mesmo que todo gestor que rouba deve ser preso? “
Com certeza, Ademir Barbosa acha que sim, mas a prefeita não deve achar, pelo menos se quer como secretário alguém que já foi condenado pela justiça como ímprobo, que no bom português quer dizer desonesto, aquele que lesou os cofres públicos. A prefeita estava se queixando da justiça por não ter punido o ex-gestor, Rui Macedo, que ainda não foi julgado, apenas acusado, mas esquece do parceiro, já acusado, condenado e apenado.
Disse a gestora que a nomeação do marido aconteceu na data do seu aniversário e como presente ela dera a Jacobina, mesmo o aniversário sendo dela, a nomeação de um condenado pela justiça como secretário municipal.
O PV acha que o povo não merece esse presente de grego, nem de graça, quanto mais pagando. O referido condenado já teve sua chance e a usou mal, deixando a cidade sem transporte urbano, com a saúde destroçada, entregue a meia dúzia de amigos que atendiam em seus consultórios e recebiam da prefeitura, atuando no sistema “ambulancioterápico” e hospitalocêntrico. Os exames laboratoriais eram pagos (isso já voltou), os renais crônicos não recebiam ajuda nem do TFD para fazerem hemodiálise fora do município, as filas nos postinhos de saúde eram intermináveis, os servidores públicos eram mal tratados e desprestigiados, a população não tinha acesso a internet nos infocentros (a situação já voltou a essa pré-história), as obras públicas entregues às empreiteiras dos amigos, materiais de construção eram comprados em casas comerciais fantasmas e o frango da merenda escolar...
Num dado momento da entrevista, o radialista perguntou se a nomeação não seria um ato de nepotismo. A prefeita respondeu que não, mas que ela havia feito a nomeação à revelia do marido, em “desobediência”, e que ele ainda não respondeu, está pensando. Estranho, ela o nomeou sem que ele tivesse aceitado? Bom planejamento para esta secretaria. Mas, cabia a pergunta do repórter ou de algum ouvinte: “a prefeita acha que um gestor condenado pela justiça por improbidade (desonestidade) administrativa deve ser o secretário do planejamento e do desenvolvimento econômico?” E, como perguntou inteligentemente Ademir Barbosa: “a senhora acha mesmo que todo gestor que rouba deve ser preso?”

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