segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Condições Máximas para a educação


Ver aluno e professor como pessoas é o principal motivo para dizermos “condições máximas para a educação”. Um professor consciente de sua missão é muito mais que um profissional transmissor de certos conteúdos, certa quantidade de ensinamentos; ele contribui e influi em favor da personalidade de seu aluno. O ato de aprender sempre pressupõe uma relação com outra pessoa.
A escola é um meio que apóia o processo de formação da consciência das crianças. Ela desempenha um papel muito importante por ser o primeiro ambiente que a criança encontra fora da família. O colega substitui o irmão, o professor, o pai e a professora, a mãe.
Segundo o prefeito João Henrique “as condições mínimas de trabalho nós vamos dar sim, aos professores, aos funcionários em educação e as condições mínimas também de educação”, deplorável e vergonhoso ouvir esse absurdo. Ao contrário, deveríamos ouvir que a educação, o professor e os funcionários iniciariam seus trabalhos em “condições máximas”.
Os alunos estão nas escolas aprendendo conceitos, atitudes, procedimentos, dignidade, valores, construindo suas personalidades. O grau de equilíbrio pessoal do aluno, sua auto-imagem e auto-estima, suas experiências anteriores de aprendizagem, sua capacidade de assumir esforços, de pedir, dar e receber ajuda, são aspectos que desempenham um papel importante diante da aprendizagem.
Como os professores poderão receber os alunos numa escola, onde há “condições mínimas”? Como lidar com educação em condições mínimas? O que eles imaginarão em relação às condições dadas às outras áreas? Sim, porque na minha visão não pode existir área mais importante e fundamental do que a educação do ser humano!
Prova de que a qualidade da educação brasileira é baixa, o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), calculado pelo Instituto Paulo Montenegro, demonstra que quase um terço da população não consegue ler e compreender textos simples. O ensino fundamental já atende 97% das crianças brasileiras, mas o índice cai para 45,3% no ensino médio. O índice de repetência na primeira série de alunos da rede pública é de 32%. Dois terços dos estudantes de 14 anos estão abaixo da 8ª série, isto é, atrasados. Imagino que nosso município seja o que mais contribui para estas estatísticas.
Já temos um número grande de analfabetos funcionais na nossa Bahia, o que me preocupa bastante, diante dos avanços tecnológicos cada vez mais acelerados, com um cenário futuro cada vez mais exigente. Não podemos permitir que maus gestores continuem aumentando esse número, tirando o direito do ser humano de aprender, ter autonomia, progredir e buscar seus outros direitos de cidadão. Os soteropolitanos merecem respeito e dignidade.
*Rose Bassuma é pedagoga e psicopedagoga
ROSE BASSUMA
Fonte: Bahia Notícias

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