quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

"Poder Executivo 2009 em Jacobina: Confirmação de uma tragédia anunciada em outubro de 2008"


(Foto: Sthel Braga / Fonte: http://www.flickr.com/photos/sthel_braga/2454096963/)
Após uma eleição confusa, cheia de indícios de irregularidades, onde a candidata Valdice Castro, escolhida na convenção do seu partido em substituição ao seu marido e ex-gestor do município, condenado pela justiça por improbidade administrativa, saiu vitoriosa, deu-se início a um tumultuado, desorganizado e acéfalo governo.
Logo no primeiro dia, para tomar posse a prefeita convocou a justiça, desconsiderando o legislativo, especialmente por não ter maioria na casa. Uma turba de arruaceiros, bêbados e cidadãos sem boa formação política, foi convocada para tumultuar o processo eleitoral da Câmara de Vereadores, da mesma forma que havia acontecido na eleição de outubro.
Uma legião de advogados trancafiou um vereador eleito pela oposição e o fizeram sentar na cadeira da situação, buscando, de forma pouco ética, que marcaria a gestão da prefeita, ter o comando da Câmara de Vereadores. No final das contas o que se viu foi uma ação organizada de vândalos, comandados por gente mesquinha e autoritária, que depredaram a Câmara.
No primeiro mês do ano, na primeira semana, tudo que fora construído em quatro anos, na gestão anterior, fora jogado fora.O restaurante de 1 real foi fechado, Os serviços de saúde do município, a exemplo do Cerest, da clínica de fisioterapia, do serviço de mamografia, dos Caps, do laboratório, dos PSF’S, do CEO, do Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, tiveram seus serviços interrompidos, trazendo severos prejuízos a população, especialmente a mais pobre.
Imediatamente foi pedido pela prefeita, que desde o primeiro dia foi comandada por seu companheiro e ex-gestor condenado por improbidade administrativa, Estado de Emergência, objetivando a não realização de licitações. Uma avalanche de cabos eleitorais caiu no serviço público, desordenadamente, assustando até o Ministério Público, que pediu afastamento dos inúmeros parentes de secretários, gestora, cargos de confiança e vereadores, que desconsideravam a ilegalidade do nepotismo.
A mesma empresa de limpeza pública contratada no governo passado, que segundo a gestora estava envolvida em superfaturamento, foi contratada por ela, a um valor ainda mais elevado. Seu companheiro, condenado por improbidade administrativa, ganhou de presente, no dia do aniversário da gestora, uma secretaria. Os ex-companheiros de campanha começaram a denunciar aquilo que todos já sabiam: muito dinheiro e acordos foram feitos para que a companheira do ex-gestor fosse eleita. Quase todas as lideranças que comandaram a campanha da candidata foram traídas pelo agora Secretário de Planejamento.
Quando foi às emissoras de rádio para se comunicar com a população a gestora destilou ódio e rancor, sempre dirigindo ao ex- prefeito Rui Macêdo a culpa por todas as suas dificuldades administrativas, auxiliando a gestão de seu companheiro com os dois olhos no retrovisor. Funcionários públicos que não apoiaram sua campanha foram perseguidos. O chicote voltou a funcionar, o coronelismo voltou a ser a forma de governo em Jacobina.
Sendo a primeira mulher a ficar a frente do executivo jacobinense, envergonhou as mulheres. Demonstrando despreparo administrativo e emocional, Valdice Castro, fechou os Infocentros, não fez a micareta, não apoiou a FEBAN, não valorizou a Corrida Duque de Caxias, não se preocupou com a construção do matadouro regional, perdendo-o para Miguel Calmon, deixou a cidade suja e acabou com a saúde pública, privilegiando o atendimento no Hospital Regional, onde seu companheiro e Secretário de Planejamento, condenado por improbidade administrativa, é o diretor.
As outras secretárias municipais, mulheres, da mesma forma envergonharam as jacobinenses. A secretária de saúde se submeteu ao processo de privatização da saúde, ao fechamento de serviços importantes, jogando no lixo os princípios do SUS, vendo pessoas simples morrerem a míngua, sem atendimento e sem atenção. A secretária de Educação foi submetida pelo Secretário de Planejamento a subir dois lances de escadas para trabalhar, ou melhor, para assinar embaixo do que o Planejador Mor mandasse. Assim viu os infocentros fecharem, a APLB não ser recebida pela prefeita, os professores insatisfeitos com os inúmeros cargos de confiança que nada sabem de educação, ou seja, um caos absoluto na educação.
A Secretária do Bem Estar Social teve que ficar calada e concordar com o fechamento do restaurante de 1 real, que tanto prejudicou a população mais carente. Não pode mais fazer licitação de frango, por determinação do ex-gestor e secretário de Planejamento. Colocou sua equipe para fazer recadastramento do bolsa família, recebendo a denúncia que diversos funcionários públicos e cargos de confiança estariam recebendo os benefícios sem direito. Viu o CRASS minguar, sem funcionários, sem material de trabalho, por conta dos cortes do ex-gestor condenado por improbidade administrativa que até pouco tempo comandou a prefeitura como secretário.
Outras mulheres que ocuparam cargos de confiança e assessorias generosas, por terem ajudado na campanha, tiverem que se submeter aos desmandos do gestor oficial. Para manterem o ganho, perderam em autonomia, em respeitabilidade, tentando defender o indefensável, apenas em defesa de causa própria.
A população está triste, decepcionada, sem esperança, com medo. Nunca uma gestão em Jacobina foi tão mal vista em todos os tempos. Até na gestão do companheiro da atual gestora, apesar de todas as irregularidades, desmandos, desrespeito a população, não era tão mal vista. Parece que ao se esconder da opinião pública, de não falar, de não dar satisfação a ninguém, o ex-gestor condenado por improbidade administrativa fazia menos mal do que as desculpas esfarrapadas, agressões a comunidade e a língua mãe, promovidas pela atual gestora.Jacobina teve assim confirmado (infelizmente) o que já havia sido previsto por muitos logo após o dia 05 de outubro de 2008. Lembrando o título de um livro do Nobel da literatura, Gabriel Garcia Marquez, "Crônica de uma morte anunciada", Jacobina se deparou com a "Confirmação de um desastre anunciado". Que nosso bom Deus tenha piedade do jacobinense em 2010.

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