segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A QUEM INTERESSA O DESMANCHE DA SAÚDE EM JACOBINA?

Muito intrigou a todos os cidadãos jacobinenses as recentes declarações da secretária municipal de saúde sobre o estado da saúde pública municipal. Diante do falecimento de um cidadão, no corredor do Hospital Regional, depois de ter perambulado do Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, para o Posto de Saúde da Matriz, com a indicação médica de iniciar o tratamento para tuberculose, após RX de tórax e de avaliação clínica, de não ter tido acesso ao medicamento, além de não ter sido visitado pela equipe de PSF do seu território, a secretária tentou responsabilizar a família e o paciente não assumindo a falta de atenção com o usuário.
Diante de queixas diárias de falta de atendimentos nos PSF´S, da cobrança por fora para exames de laboratório, do precaríssimo atendimento nos hospitais da cidade, do fechamento do CEO, do péssimo atendimento dos CAPS e de toda a desestruturação da rede pública de saúde do município, a secretária da nota 7 a esta situação.Ou seja, no máximo melhorará um pouco, se um dia achar que chegará a nota 10. Mas, o que todos sentem e vivem é que a saúde piorou e muito. Quem precisa de assistência e não de justificar o injustificável para defender um grupo político e não tem responsabilidade com o bem estar da população ao invés de tentar assumir suas falhas e melhorar o serviço, fica tentando convencer as pessoas que elas estão sendo atendidas e que o bom é isso mesmo, ou seja, o bom é o ruim.
A pergunta que ficou no ar durante este ano de sofrimento que passou a população jacobinense, especialmente os mais carentes: A quem interessa esse desmonte na saúde pública? Quem lucra com isso?
A resposta pode ser encontrada no comparativo de faturamente nos anos de 2008 e 2009 dos dois hospitais da cidade. O HRVG aumentou em muito seu faturamento sem oferecer nenhum serviço a mais, sem disponibilizar nenhum médico a mais na sua equipe de plantão, sem oferecer maior resolutibidade. Com o desmonte da estratégia de saúde da família, além do desmanche das equipes, que na maioria não tem médicos, a atenção básica faliu e as pessoas agora recorrem aos hospitais atrás de consultas. Quem lucrou com isso?
Jacobina que poderia estar usando seus hospitais para atividades de média e alta complexidade, oferecendo serviços especializados, está andando para trás. Imaginem pensar em ter um SAMU sem ter um bom serviço de urgência e emergência, sem ter especialistas em ortopedia, em neurologia, sem tomógrafo, sem ressonância magnética. Os hospitais viraram postos de saúde e os PSF´S viraram postos de encaminhamento. Procedimento que dá lucro vai para o Regional, o que dá prejuízo vai para o Teixeira e o de difícil resolução, vai para Salvador.
A população fica com a dor da perda de um irmão que morreu numa maca no corredor do HRVG, de uma filha que morreu no parto no HRVG, de um usuário de álcool que não teve o acompanhamento devido do CAPS AD, com o medo de adoecer e não ter socorro.

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